terça-feira, 24 de março de 2009

Resumo IV ( de nossa autoria)

Na Serra dos Órgãos mora D. Antônio de Mariz num baluarte na Colônia, a desafiar o poderio Espanhol sua casa-forte, às margens do Pequequer, afluente do Paraíba é abrigo de ilustres portugueses afinados no mesmo espírito patriótico e colonizador, mas acolhe também bandos de mercenários, homens sedentos de ouro e prata. Fidalgo dos mais insignes da nobreza de Portugal, leva adiante no Brasil uma colonização de mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria. Sua família é pequena: sua mulher D. Laureana, seu filho Diogo, sua filha Cecília e sua sobrinha Isabel. Havia também figuras como Aires Gomes um aventureiro italiano de nome Loredano, ex-padre que matou um companheiro para obter um mapa das famosas minas de prata que havia na região, possuidor de um louco desejo pela filha do fidalgo D. Antônio, e o índio Peri, guerreiro goitacá que havia salvo a vida de Ceci em uma avalancha de pedras onde acabou vivendo junto à família servindo à moça com tamanha devoção e paixão. Loredano vai pacientemente armando um plano de destruição de toda a família de D. Antônio e dos agregados. Em seus planos está o rapto de Ceci, mas que é constantemente vigiada pelo índio forte e corajoso, Peri que recebe o afeto espontâneo de Ceci pois a trata como um irmão; Peri também evitou a tentativa de rapto que Ceci sofreria nas mãos de Loredano. Diogo durante uma caçada mata sem querer uma índia aimoré, o que provoca uma grande briga com toda a tribo. Os ataques de vingança não demoraram muito e pouco tempo depois Cecília e Isabel quase são mortas por flechas enquanto se banhavam no rio, no entanto Peri com sua coragem matou os dois índios aimorés a tempo. Uma índia que estava no local e tivera visto o ocorrido foi correndo a sua tribo contar o que acabara de ver, então os aimorés cercaram a casa e Peri sem saber o que fazer descobre um meio de salvar sua amada e toda a família do ataque da tribo inimiga, ingere uma dose muito forte de veneno e entra na batalha sem defesa alguma. Sua idéia era ser morto ou aprisionado e por seguinte, ter sua carne devorada por todos os indígenas, o que causaria a morte da tribo. Álvaro estava se relacionando com Isabel, pois havia desistido do amor que sentia por Ceci devido às indiferenças que possuíam e pelo amor não correspondido, consegue salvar Peri, e Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. Com essa revelação Ceci se desespera e Peri já sentindo os sintomas do veneno volta à floresta em busca de um antídoto, espécie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. Quando volta a casa traz consigo o cadáver de Álvaro morto em combate pelos aimorés e Isabel inconformada com a morte de Álvaro se suicida sobre o corpo. Enquanto isso Loredano continua com o plano de matar D. Antônio, mas como traidor logo é capturado e condenado à morte . Isso de nada serve para agradar o velho fidalgo português e sua família, já que a ameaça dos aimorés aumenta e pede uma drástica e trágica solução: explodirem a casa e morrerem como verdadeiros cristãos. Peri, no entanto, se oferece para salvar Ceci que está desacordada devido ao vinho que seu pai lhe deu, então D. Antônio aceita com a condição que Peri se tornasse cristão e levasse sua filha Ceci para a casa da tia no Rio de Janeiro. Então movido pela paixão o índio Peri aceita as condições de D. Antônio para salvar a vida de Ceci e foge com a sua amada adormecida em seus braços enquanto a casa explode. Em uma canoa descem rio abaixo, até que Peri ouve a grande explosão provocada por D. Antônio, que vendo entrarem os aimorés em sua moradia coloca fogo nos barris de pólvora destruindo índios e portugueses. Cecília acorda algum tempo depois e Peri relata o que aconteceu, inconformada Ceci se sente sozinha no mundo e Prefere ficar com Peri morando nas selvas do que ir para o Rio de Janeiro. Enfim o romance termina com a imagem de Ceci e Peri sumindo rio abaixo no horizonte, onde a descrição de um beijo sugere uma possível união.

sexta-feira, 20 de março de 2009


Resumo III . (livro)

_Obrigado ainda uma vez, Peri; não pela vida que me salvaste mas pela estima que me tens. E o moço apertou a mão do selvagem.
_Não agradece; Peri nada fez; quem te salvou foi a senhora. Álvaro sorriu-se da franqueza do índio, e corou da alusão que havia em suas palavras.
_Se tu morresses, a senhora havia de chorar; e Peri quer ver a senhora contente.
_Tu te enganas; Cecília é boa, e sentiria da mesma maneira o mal que sucedesse a mim, como a ti, ou a qualquer dos que está acostumado a ver.

_Peri sabe por que fala assim; tem olhos que veem, e ouvidos que ouvem; tu és para a senhora o sol que faz o jambo corado, e o sereno que abre a flor da noite.
_Peri!... exclamou Álvaro.
_Não te zangues, disse o índio com doçura; Peri te amo, porque tu fazes a senhora sorrir. A cana quando está à beira d'água, fica verde e alegre; quando o vento passa, as folhas dizem Ce-ci. Tu és o rio; Peri é o vento que passa docemente, para não abafar o murmúrio da torrente; é o vento que curva as folhas até tocarem n'água. Álvaro fitou no índio um olhar admirado. Onde é que este selvagem sem cultura aprendera a poesia simples, mas graciosa; onde bebera a delicadeza de sensibilidade que dificilmente se encontra num coração gasto pelo atrito da sociedade? A cena que se desenrolava a seus olhos respondeu-lhe; a natureza brasileira, tão rica e brilhante era a imagem que produzia aquele espírito virgem, como o espelho das águas reflete o azul do céu. Não é isso a poesia? O homem que nasceu, embalou-se e cresceu nesse berço perfumado, no meio de cenas tão diversas, entre o eterno contraste do sorriso e da lágrima, da flor e do espinho, do mel e do veneno, não é um poeta? Poeta primitivo, canta a natureza na mesma linguagem da natureza; ignorante do que se passa nela, vai procurar nas imagens que tem diante dos olhos a expressão do sentimento vago e confuso que lhe agita a alma. Sua palavra é a que Deus escreveu com as letras que formam o livro da criação; é a flor, o céu, a luz, a cor, o ar, o sol; sublimes coisas que a natureza fez sorrindo. A sua frase corre como o regato que serpeja, ou salta como o rio que se despenha da cascata; às vezes se eleva ao cimo da montanha, outras desce e rasteja como o inseto, sutil, delicada e mimosa. O moço recebeu a confissão ingênua do índio sem o mínimo sentimento hostil; ao contrário, apreciava a dedicação que o selvagem tinha por Cecília, e ia ao ponto de amar a tudo quanto sua senhora estimava.
_Assim, disse Álvaro sorrindo, tu só me amas por que pensas que Cecília me quer?

_Peri só ama o que a senhora ama porque só ama a senhora neste mundo: por ela deixou sua mãe, seus irmãos e a terra onde nasceu.
_Mas se Cecília não me quisesse como julgas?
_Peri faria o mesmo que o dia com a noite; passaria sem te ver.
_E se eu não amasse a Cecília? _Impossível! _Quem sabe? disse o moço sorrindo.
_Se a senhora ficasse triste por ti!... exclamou o índio, cuja pupila negra irradiou.

_Peri te mataria. Peri temeu ofender o moço; para desculpar a sua franqueza, disse com um tom comovido: _Escuta, Peri é filho do sol; e renegava o sol se ele queimasse a pele alva de Ceci. Peri ama o vento; e odiava o vento se ele arrancasse um cabelo de ouro de Ceci. Peri gosta de ver o céu; e não levantava a vista, se ele fosse mais azul do que os olhos de Ceci.
_Compreendo-te amigo; votaste a tua vida inteira á felicidade dessa menina. Não receies que te ofenda nunca na pessoa dela.
Sabes se eu a amo; e não te zangues, Peri, se disser que a tua dedicação não é maior do que a minha. Antes que me matasses, creio que me mataria a mim mesmo se tivera a desgraça de fazer Cecília infeliz. _Tu és bom; Peri que que a senhora te ame.

* corar = ficar vermelho
* embalar = mover docemente, empacotar
* serpejar = arrastar-se pelo chão
* sutil = fino, delgado
* hostil = inimigo, agressivo
* alvo = branco, claro

G.MATTOS & L.MEGALE . Português 2º grau . editora : FTD . páginas 220 à 221
Resumo II

Na primeira metade do século XVII, Portugal ainda dependia politicamente da Espanha, fato que, se por um lado exasperava os sentimentos patrióticos de um frei Antão, como mostrou Gonçalves Dias, por outro lado a ele se acomodavam os conservadoristas e os portugueses de pouco brio. D. Antônio de Mariz, fidalgo dos mais insignes da nobreza de Portugal, leva adiante no Brasil uma colonização dentro mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria. Representa, com sua casa-forte, elevada na Serra dos Órgãos, um baluarte na Colônia, a desafiar o poderio espanhol. Sua casa-forte, às margens do Pequequer, afluente do Paraíba, é abrigo de ilustres portugueses, afinados no mesmo espírito patriótico e colonizador, mas acolhe inicialmente, com ingênua cordialidade, bandos de mercenários, homens sedentos de ouro e prata, como o aventureiro Loredano, ex-padre que assassinara um homem desarmado, a troco do mapa das famosas minas de prata. Dentro da respeitável casa de D. Antônio de Mariz, Loredano vai pacientemente urdindo seu plano de destruição de toda a família e dos agregados. Em seus planos, contudo, está o rapto da bela Cecília, filha de D. Antônio, mas que é constantemente vigiada por um índio forte e corajoso, Peri, que em recompensa por tê-la salvo certa vez de uma avalancha de pedras, recebeu a mais alta gratidão de D. Antônio e mesmo o afeto espontâneo da moça, que o trata como a um irmão. A narrativa inicia seus momentos épicos logo após o incidente em que Diogo, filho de D. Antônio, inadvertidamente, mata uma indiazinha aimoré, durante uma caçada. Indignados, os aimorés procuram vingança: surpreendidos por Peri, enquanto espreitavam o banho de Ceci, para logo após assassiná-la, dois aimorés caem transpassados por certeiras flechas; o fato é relatado à tribo aimoré por uma índia que conseguira ver o ocorrido. A luta que se irá travar não diminui a ambição de Loredano, que continua a tramar a destruição de todos os que não o acompanhem. Pela bravura demonstrada do homem português, têm importância ainda dois personagens: Álvaro, jovem enamorado de Ceci e não retribuído nesse amor, senão numa fraterna simpatia; Aires Gomes, espécie de comandante de armas, leal defensor da casa de D. Antônio. Durante todos os momentos da luta, Peri, vigilante, não descura dos passos de Loredano, frustrando todas suas tentativas de traição ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos, os aimorés vão ganhando a luta passo a passo. Num momento, dos mais heróicos por sinal, Peri, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma solução tipicamente indígena: tomando veneno, pois sabe que os aimorés são antropófagos, desce a montanha e vai lutar "in loco" contra os aimorés: sabe que, morrendo, seria sua carne devorada pelos antropófagos e aí estaria a salvação da casa de D. Antônio: eles morreriam, pois seu organismo já estaria de todo envenenado. Depois de encarniçada luta, onde morreram muitos inimigos, Peri é subjugado e, já sem forças, espera, armado, o sacrifício que lhe irão impingir. Álvaro (a esta altura enamorado de Isabel, irmã adotiva de Cecília) consegue heroicamente salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. Ante o desespero da moça com essa revelação, Peri volta à floresta em busca de um antídoto, espécie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta, traz o cadáver de Álvaro morto em combate com os aimorés. Dá-se então o momento trágico da narrativa: Isabel, inconformada com a desgraça ocorrida ao amado, suicida-se sobre seu corpo. Loredano continua agindo. Crendo-se completamente seguro, trama agora a morte de D. Antônio e parte para a ação. Quando menos supõe, é preso e condenado a morrer na fogueira, como traidor. O cerco dos selvagens é cada vez maior. Peri, a pedido do pai de Cecília, se faz cristão, única maneira possível para que D. Antônio concordasse, na fuga dos dois, os únicos que se poderiam salvar. Descendo por uma corda através do abismo, carregando Cecília entorpecida pelo vinho que o pai lhe dera para que dormisse, Peri, consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa, vai descendo rio abaixo, até que ouve o grande estampido provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de pólvora, destruindo índios e portugueses. Testemunhas únicas do ocorrido, Peri e Ceci caminham agora por uma natureza revolta em águas, enfrentando a fúria dos elementos da tempestade. Cecília acorda e Peri lhe relata o sucedido. Transtornada, a moça se vê sozinha no mundo. Prefere não mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde iria. Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A tempestade faz as águas subirem ainda mais. Por segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, não sem antes Alencar ter sugerido, nas últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raça brasileira...

http://www.mundocultural.com.br/resumos/oguarani.htm


Resumo I .


Nos idos do século XVII, às margens do Rio Paquequer, na Serra dos Órgãos, vive o fidalgo português D. Antônio de Mariz. Sua família é pequena: sua mulher D. Laureana, seu filho Diogo, sua filha Cecília [Ceci] e sua sobrinha Isabel [na verdade sua filha].
Havia ainda dentre os empregados e amigos, figuras como Aires Gomes [fiel empregado de D.Antônio], um aventureiro italiano de nome Loredano [ex-padre que matou um companheiro para obter um mapa das famosas minas de prata que havia na região, e que alimentava incontido desejo pela filha do fidalgo], além de Álvaro, jovem apaixonado por Ceci que, logo percebendo a indiferença da menina, entrega-se aos encantos de Isabel. Vivia também entre eles o índio Peri, guerreiro goitacá que havia salvo a vida de Ceci e acabou vivendo junto à família, servindo à moça com tamanha devoção e paixão. A trama começa quando Diogo, durante uma caçada, mata sem querer uma índia aimoré, o que provoca a ira de toda a tribo. Os ataques de vingança não tardam, e pouco tempo depois Cecília e Isabel quase são vítimas de suas flechas, enquanto se banhavam no rio. O ataque tramado por dois selvagens aimorés só não se concluiu devido à coragem e a devoção de Peri, que os matou a tempo. O jovem índio, aliás, evitou também uma tentativa de rapto que sua jovem senhora sofreria nas mãos de Loredano. O aventureiro italiano, junto a seus comparsas, tramava o rapto de Ceci e a ruína da família de D. Antônio. Os aimorés apertam o cerco contra a casa, e Peri descobre um meio de salvar sua amada e toda a família do ataque da tribo inimiga: ingere uma dose muito forte de veneno e entra na batalha sem defesa alguma. Sua idéia era ser morto ou aprisionado e, por seguinte, ter sua carne devorada por todos os indígenas, o que causaria a morte em massa da tribo. O plano só não dá certo porque Álvaro consegue salvá-lo, já cativo dos selvagens. De volta à casa de D. Antônio, Peri sente os primeiros sintomas do veneno e parte em busca do antídoto. Na volta, traz o corpo de Álvaro, morto em combate. Isabel, em ato de desespero, suicida-se na cama junto a seu amado. Loredano continua com seus planos contra D. Antônio, mas logo é capturado e condenado à morte. Isso de nada serve para agradar o velho fidalgo português e sua família, já que a ameaça dos aimorés aumenta e pede uma drástica e trágica solução: explodirem a casa e morrerem como verdadeiros cristãos. Peri, no entanto, se oferece para salvar Ceci, que está desacordada devido a uma bebida dada pelo próprio pai. D. Antônio aceita sob uma única condição: que o jovem índio se torne cristão e leve Ceci até a casa da tia no Rio de Janeiro. Peri aceita, é batizado, e foge com a jovem adormecida, enquanto a casa explode. Ceci acorda algum tempo depois e sabe do ocorrido. Movida de paixão por Peri e triste pelo fato de que o jovem índio não ficaria com ela na casa da tia no Rio de Janeiro, decide ficar vivendo com ele. Cai uma tempestade violenta que faz as águas do rio subirem de forma perigosa, o que os obriga a subir numa palmeira. O perigo aumenta, e Peri arranca a palmeira da terra, fazendo dela uma canoa. A narrativa termina com a imagem de ambos sumindo rio abaixo no horizonte, onde a descrição de um beijo sugere uma possível união.

http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/o-guarani.html